Personagem fictícia usa a inteligência artificial para educar usuários por meio de conversas no Messenger

O Facebook e a Unicef lançaram nesta segunda-feira (19) uma ferramenta para informar adolescentes sobre medidas de segurança na web. Trata-se de um chatbot que usa inteligência artificial para conversar com crianças e adolescentes do mundo real e os ensinar a se proteger.

O bot simula a jovem Fabi Grossi, de 21 anos, que teve um vídeo íntimo vazado pelo ex-namorado e agora está desesperada. Na internet, ela busca ajuda de amigos virtuais para desabafar e obter conselhos sobre como agir.

Para interagir com o bot, o usuário deve acessar a página oficial do Projeto Caretas (facebook.com/ProjetoCaretas) e clicar em “Enviar Mensagem”. A partir disso, será iniciado um bate-papo com a personagem no Messenger, que simula a linguagem humana para se comunicar com o espectador. Ao longo da conversa, que dura cerca de 48 horas, são utilizadas fotos e outros recursos para conscientizar sobre segurança nas redes.

Segundo a Unicef, o recurso foi testado e se mostrou eficaz. Mais de um milhão de mensagens foram trocadas entre Fabi e cerca 7,4 mil adolescentes entre junho e novembro de 2017. Após a conversa, o número de jovens que declararam saber como se proteger de violência online e cyberbullying subiu de 39,7% para 90,5%.

O Facebook declarou que, além da parceria com a Unicef, tem tomado outras medidas para inibir esse tipo de crime, como utilizar o reconhecimento facial para avisar às pessoas que fotos suas foram postadas mesmo sem marcação, além de recursos que impedem os usuários de fazerem upload de imagens íntimas sem consentimento.

Campanhas como essa não vêm à toa. De acordo com a Unicef, a presença de crianças e adolescentes na internet têm se tornado cada vez mais frequente, um a cada três usuários tem menos de 18 anos. Em alguns países, inclusive, menores de 15 anos têm a mesma frequência de uso que um adulto de 25. Além disso, em 2014, uma pesquisa revelou que metade dos brasileiros compartilha fotos íntimas pelo celular, o que os torna mais vulneráveis.

Fonte: TT